TEXTO: Sl. 139.7
Pr. Everton 06/11/2011
INTRODUÇÃO:
Há dois tipos de presença de Deus
definida nas Escrituras, uma é a sua onipresença, ou seja, Seu ser em todos os
lugares (Sl. 139.7/ Hb. 13.5) ainda que não sintamos, o Senhor está em todos os
lugares. A segunda definição de Sua presença é a presença manifesta. A palavra
manifesta significa trazer do despercebido, insólito, ou desconhecido para o
visto, audível e conhecido. A presença manifesta do Senhor era o que Moisés desejava
apaixonadamente. Isto é quando Deus se revela não só ao nosso espírito, mas é
quando nossa mente e sentidos percebem a Sua proximidade também. É quando o Seu
conhecimento é revelado para as nossas mentes. Esta é a presença que Jesus
falou quando ele disse, "eu também o amarei e me manifestarei a ele"
(Jo 14.21). Deus pode manifestar sua
presença de várias maneiras. Nas Escrituras alguns O viram, outros escutaram a
Sua voz sem tê-Lo visto, enquanto outros sentiram sua proximidade e
imediatamente sabiam de coisas que nunca haviam pensado antes por causa da Sua
revelação. Mas uma coisa é certa, quando Ele vem, você sabe você O irá sentir
no mais íntimo do seu ser, e saberá que Ele está lá. Atitudes que nos afastam
da Presença de Deus:
1 – QUANDO QUEREMOS SER IGUAIS A DEUS (Is.14.12-14/
Gn.3.4-5): O primeiro ser que
quis ser igual a Deus e quis usurpar Sua glória e Seu trono foi Lúcifer. Quando
Lúcifer quis ser igual a Deus, criou o diabo. O diabo é um ser tomado de
orgulho, se tornou um ser de ego absoluto. O orgulho é próprio daquele que diz:
Eu sou o máximo, eu sou tudo! Talvez você diga: Eu não sou orgulhoso, porque eu
não me considero o máximo. Mas, você se considera melhor? Você se considera
acima? Você se considera mais? Toda vez que você se considera bom, boa,
virtuoso, virtuosa, melhor e mais, tenha certeza que não é o Espírito de Deus
que está atuando em você é o demônio. Não precisa que exista alguém acima de
você, basta que tenha abaixo. Então o “germe luciferiano picou você”. Nós achamos que temos a força, nós achamos que
temos capacidade, nós achamos que podemos ir sozinhos, nós achamos que já
sabemos as coisas, nós achamos que já entendemos as coisas. Por isso que a
adoração é importante, quando você elogia a Deus, é uma maneira de você vencer
a semente do diabo que foi colocado dentro de você, que deseja ser Deus. Mas,
então você vai orar e fala: “Deus ao Senhor pertence à força, não pertence a
mim, ao Senhor pertence o poder não pertence a mim, ao Senhor pertence
sabedoria não pertence a mim, ao Senhor pertence a gloria, não pertence a mim”.
2 – QUANDO TEMOS UMA IMAGEM DISTORCIDA DE DEUS
(Ex.32.21-24): Nós podemos ver na
vida de Arão o que acontece quando alguém que foi liberto do mundo pelo poder
de Deus escolhe não andar na presença Dele. Uma imagem incorreta, desenvolvida,
formada, e moldada dentro de nossa própria alma ou imaginação. Moisés desceu
da montanha. Quando ele entrou no acampamento e viu o bezerro, sua ira se
acendeu. Ele questionou Arão, "- Que fez este povo, que trouxeste sobre
ele tamanho pecado?" "- Saiu este bezerro". Você pode acreditar
que ele falou isso? Nós lemos antes que ele trabalhou o ouro com um buril! Ele
mentiu. Arão não subiu até o topo da montanha. Arão havia passado todo o tempo
de sua vida, até aquele período, uns oitenta anos no Egito, ele foi criado lá;
seus pais nasceram e morreram lá. Ele estava cercado da cultura egípcia, e o
Egito tinha muitos objetos de culto. Pelo fato de que Arão não subiu até a
montanha e teve comunhão com Deus, nem o contemplou, como Moisés fez, a imagem
de Yahweh foi formada pela sociedade na qual ele cresceu. Arão olhou para o
Senhor de longe, e viu os pés de Deus. Mas ele não entrou na presença Dele,
como Moisés fez. Hoje igualmente tem
muitos cristãos que tem uma imagem completamente distorcida da pessoa de Deus,
ou eles têm uma imagem teológica
equivocada de um Deus completamente passivo ou é influenciado pelas aberrações
evangélicas atuais que ele deixa de ser Senhor para ser servo.
3 – QUANDO NOS APROXIMAMOS DELE COM O CORAÇÃO CHEIO E
ÍDOLOS (Ex.20.3): Quando nós tememos ao Senhor nós devemos nos
chegar a Ele com um coração neutro, pronto para ouvir Suas palavras de
instrução ou correção. Nós não nos inclinaremos para o nosso próprio
entendimento ou desejos egoístas, mas apaixonadamente desejaremos Suas
vontades. Quando nos aproximamos do
Senhor com fortes desejos que não estão de acordo com Sua vontade e Ele nos faz
conhecer isto, pode ser considerado como a coisa mais imprudente e perigosa,
pela qual nos pode levar para o próximo nível de decepção, que é um nível mais
sério. Este nível de decepção é quando o próprio Deus de fato dará, ou nos
permitirá ter, o que nós queremos (Ez. 12.1-2). O Senhor estava entristecido pelo que o Seu
povo veio diante dele para pedir direção, conselho, ou sabedoria, com seus ídolos
escondidos dentro dos seus corações. Não está claro se eles estavam
completamente cientes disto; no entanto, parece que a verdade estava protegida
dos olhos deles. Estes ídolos fizeram que eles tropeçassem na iniqüidade. A
palavra hebraica para iniqüidade aqui significa uma ofensa, seja ela
intencional ou não, contra a vontade de Deus. Lembre-se idolatria não é
limitada no clamar no nome de um deus estranho.
Outra
forma de idolatria é redução de Deus a uma imagem menor do que de fato Ele é. E
você encontrará a raiz da idolatria na avareza (Cl.3.5). A avareza não é só o
desejo pelo dinheiro. Isto inclui possessões, posição, conforto, aceitação,
prazer, poder, luxuria sexual, e por aí vai. Avareza é o estado em que nos encontramos
quando não estamos contentes.
A
avareza habita em meio à intranqüilidade e é alimentada pelo desejo incessante.
Isto descreve perfeitamente os filhos de Israel quando saíram do Egito. Eles
continuaram agarrados àquilo que eles achavam melhor para eles, mesmo quando
Deus fez Sua vontade conhecida. Eles não
gostaram do processo que Deus havia escolhido para prepará-los para possuir a
terra prometida e reclamaram das condições, água, comida, e daí por diante.
Eles não possuíam o temor do Senhor, e os seus corações estavam prontos para o
cultivo da avareza. Quando Deus se manifestou eles correram para um abrigo esperando
se esconder da verdade e dos seus desejos secretos de prazer e ganho que se
sobrepuseram ao desejo pelo próprio Deus. Uma vez que o Senhor e Moisés saíram
juntos, o povo foi capaz de formar a Deus em uma imagem de um deus que poderia
lhes dar seus cobiçados desejos. Interessantemente tudo girou em torno do ouro.
Este amor pelo dinheiro era evidenciado
(pela falta do divino contentamento deles em Sua vontade. Eles estavam agora
operando na espessa neblina da decepção). A avareza é a raiz de outras formas
de idolatria também. Todos os seres humanos foram criados com um desejo inato
de adorar a Deus. Ainda assim muitos não se submetem ao verdadeiro Criador.
Então
eles erigem um falso deus, mas quem está na raiz deste falso deus? A resposta
está naquele que o criou - o homem. Agora o homem adora este falso deus que
fundamentalmente lhe dá tudo o que ele deseja. Não importa que forma eles
tomem, todos os ídolos são uma fonte. Um ídolo é aquilo de onde você tira a sua
força ou dá a sua força para. Um crente é levado à idolatria quando ele permite
que seu coração seja provocado pelo descontentamento e procure satisfação fora
dos desejos de Deus para a sua vida. Novamente, o fim da linha é a avareza.
4 – QUANDO TRANSFORMAMOS O PRÓPRIO DEUS EM UM ÍDOLO
(Ex.20.4):
O segundo dos dez mandamentos proíbe a
fabricação de ídolos e imagens de qualquer coisa no céu, na terra e embaixo da
terra. A proibição inclui o próprio Deus. A inteligência do mandamento diz que
qualquer tentativa de reduzir Deus a uma imagem implica transformá-lo em ídolo.
Deste pecado, entretanto, muitos cristãos são
réu de juízo. Deus é transformado em ídolo quando ocupa o imaginário das
pessoas como o mais poderoso dentre todos os deuses.
O monoteísmo afirma que existe apenas um Deus,
e não que Deus é o deus mais poderoso. O primeiro mandamento, "não terás
outros deuses", não é uma proibição à adoração de outros deuses, mas uma
afirmação de que não existem outros deuses. Na verdade, os outros deuses são
fabricação da mente humana, isto é, ídolos. Toda vez que Deus é comparado com
"outros deuses", mesmo para que seja destacado como o maior e melhor,
ele foi reduzido à categoria de ídolo. Deus é único. Deus é transformado em
ídolo quando é confinado aos limites de imagens, locais, pessoas, ritos,
símbolos, seres ou qualquer outra coisa que dê a Ele uma medida, pois Deus é o
Ser-Em-Si, não sujeito a tempo, espaço e modo. Deus é Espírito.
Deus
é transformado em ídolo quando se pretende que o relacionamento com ele seja
destituído de quaisquer implicações morais, pois isso equivale a atribuir a
Deus uma categoria de neutralidade e, portanto, despersonalizá-lo. Deus é
Espírito Pessoal. Deus é transformado em ídolo quando o relacionamento com Ele
é fundamentado em relações de causa e efeito, pois isso implica confinar Deus
às regras de um mecanismo que pode ser ativado ou desativado, e nesse caso se
pretende manipular Deus por meio da descoberta dos botões que o fazem
funcionar.
Deus é incondicionado.
Deus
é transformado em ídolo quando é submetido a qualquer regra de qualquer ordem.
Deus é incontrolável.
Deus
é transformado em ídolo quando as expectativas que se tem a respeito dele giram
ao redor de questões meramente circunstanciais, pois o reino de Deus não é
comida, nem bebida, isto é, Ele não está limitado às questões materiais apenas.
Deus é Eterno. Deus é transformado em ídolo quando é submetido a
obrigatoriedades determinadas pela conveniência humana, pois Deus deixa de ser
um fim em si mesmo e é transformado em meio para um fim maior. Deus é soberano.
Deus
é transformado em ídolo quando se torna objeto de discussão, em detrimento de
objeto de devoção e paixão. Deus é íntimo.
“A intimidade do Senhor é para os que o temem” (Sl 25:14).